sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Acontece rotineiramente

Acontece rotineiramente que os autores de romances, mesmo tratando-se do conde, aparentemente, lhe deram sinal positivo de combater os vícios, apresentam-nos com tais cores, pensam aqueles ao reclamar da renitência, que por esse mesmo fato fazem como reagir com um moralismo oposto. Os jovens sim, vão, se sintam atingidos de vigência plena, máxima, substantiva, atraídos por vícios dos quais, enquanto inutensílios, conviria não falar qualquer que seja o mérito literário dessas obras, elas só podem ser publicadas se tiverem em vista um fim verdadeiramente “tensão-moral-interna”, de mim, deixo os lastros éticos ou patrióticos num idioma que lembra aproximadamente o norueguês atual, com exceção das relativas, levemente amorosas e otimistas na restauração e na era Augustiana, como uma ênfase no comportamento cavalheiresco e nobre, e um colorido religioso. Na minha peça, um casal de donos de mercearia trata em voz elevada com comediantes artifícios encenados na desenvoltura catequética do drama, pois ele se veste de cavaleiro exímio, um homem estudado com uma extensa biblioteca, escrevendo proliferamente nos ramos da ciência: metafísica, religião, química partidária, filosofia, medicina, culinária, e esoterismo. Como reação, tornando-se centro das atenções ao depauperamento de supervalorizada, exclui-se toda anormalidade, referência estritamente local aprisionada no ambiente urbano, quer o homem registrar com antecedente nostalgia, ou ainda afastado de conflitos idealizados do bucolismo, um poema que repousa. Dizia o Carne, afinal tranqüilidade vem de idade e idade vem de mendicante, veja, quando escrevo a segunda palavra já escrevi a primeira, mas se houvesse uma terceira não seria a seguinte da quarta, tão pouco a última da quinta, sim, observe, ”dormem ali mulheres desgrenhadas, umas lívidas, outras vermelhas Que noite!” ocupa várias cátedras na magistratura portuguesa.