terça-feira, 3 de abril de 2007

Pode conferir, tudo começa com uma letra

Tudo começa com uma letra, um signo, que discorre e vira uma palavra, segue um espaço, vira outra, em seqüências ordenadas ou levemente dispostas, traços, e linhas, ritmadas até, devido à presença de vogais ou de consoantes, mas como sempre depois de uma linha vem outra, e mais outra, e cessa, e vem, e idéias, idéias, imagens e sons, e vem, e vai, e corre, pula, volta, dança na sua frente, vai deixando ao longo da jornada cada vez mais espaços brancos adornados com gestos de tinta preta. Escrever nunca foi uma arte, nunca foi original, aliás, nunca li alguma escrita totalmente original, apenas trechos aqui e acolá, porém, sempre escrevi, afastei a idéia da figura profissional, do fazer na dedicação, mas sempre escrevi. Mal. Terrivelmente mal. Já inicie cinco ou seis livros diferentes, sempre parando nas páginas iniciais, enjoando da linguagem, dos personagens, de mim mesmo, da merda toda, achando que devia ler mais e mais (na verdade nunca ajudou). Já fui aos extremos com os processos: desde vomitar incansavelmente ou pensar durante dez minutos se eu devo usar tal palavra ou palavra tal. Tudo isso me causou certo trauma da escrita, do papel. Admito que não superei no todo, acho que nunca, mas enfim, gosto de assistir jogos de futebol com times fracos enquanto como um amendoim surrado com cerveja á tarde no bar e bater meu futebolzinho aos domingos, sinuca não, já tentei, mas sou cego de um olho, e isso não ajuda muito, então tudo bem. “Doutor Fórceps, cirurgia pseudocerebral ilusório-existencial urgente para o paciente Israel, internado na fila dos fracassos” “Israel, dona Clone?” “Sim, mas ele não é judeu, não pergunte isso, ele fica puto”
Além do mais, já cansei desse texto, que profunda chatice.