terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Entrevista com o dramaturgo Joventino Salgado.

(Trechos baseados na gravação em áudio de 12/09/2005, no edifício Bento Cardoso, residência do autor em São Paulo)


R.B. – Joventino Salgado, doutor em literatura e renomado dramaturgo, quando finalmente irá parar de escrever?
J.S. - Quando esgotar a insensatez de escrever que tenho, não irei escrever mais. Por enquanto, me agrada.
R.B – Seus filhos freqüentam o colégio?
J.S. – Freqüentam por opção. (risos)
R.B. – Você se considera pomposo?
J.S. – Já fui de muito pomposo nesta vida. Acho que ainda o sou. A pompa tem seu valor poético e humano. Minha mediocridade, verossímil e ao mesmo tempo bucólica, de origem paternal baseada nas leis do Karma, comprova isso.
R.B. – Você escreve peças de Teatro, mas iniciou sua carreira como critico literário. O que tirou de proveito para seu trabalho?
J.S. – Nada e um pouco de tudo. (risos)
R.B. – Como assim? (risos)
J.S. – Assim, oras. (risos)
R.B. – O que acha da obra de Sidney Magal que escreveu uma música inspirado em uma peça de sua autoria?
J.S. – Desculpe, não sei do que está falando.
R.B. - Sobre a peça “Desafios de Carmem não vistos por Bizet” estreada em julho do ano passado.
J.S. – Não sabia disso (pigarreia).
R.B. – Qual é sua comida preferida?
J.S. – Risoto de frango.
R.B. – Você foi visto fazendo o popular “bundão” (abaixar as calças e exibir as nádegas) e gritando encima de um fusca no meio da paulista ás três da manha do dia 17 de junho de 2002. Foi um golpe publicitário para sua peça que iria estrear no dia seguinte?
J.S. – Não. Não me lembro bem desse dia, mas sei que não foi essa a idéia.
R.B. – Você possui animais de estimação?
J.S. – Um cachorro de nome “Filo”
R.B. – Existe a possibilidade de uma adaptação da sua peça “Saiu correndo ou pulou da cama?” para um seriado de TV. O que acha sobre isso?
J.S. – Tomara que de certo, só espero que a adaptação seja também genial, digo, seja fiel.
R.B. – (risos) Você costuma consultar a internet?
J.S. – Não.
R.B. – O que acha da rede de computadores?
J.S. – Finjo que não existe. Me sinto melhor.
R.B. – porque?
J.S. – Para não saber que existem tantas pessoas solitárias.
R.B. – Você é solitário?
J.S. – Apenas no sexo (risos)
R.B. – Como assim?
J.S. – Nós estamos nos comunicando?
R.B. – Sim.
J.S. – Como sabe?
R.B. – Bom, eu sei q...
J.S. (interrompendo) – Eu acho que ninguém na Terra se comunica. A uns cem anos, pelo menos. Com licença, terei que convida-lo a se retirar.
R.B. – (risos) Brincadeira, claro..
J.S. – Filo, Filo, pega... pega...