quinta-feira, 5 de julho de 2007

nota

A caneta ás vezes falha, como tudo também pode falhar. É justamente aí que vemos a figura do mais íntimo ser social, presente desde os primórdios do mundo, em todas as raças, espécies, o fracasso. Consumado um dos pais da realidade humana, logo aparece a defesa existêncial que consiste em criar contextos, impor idéias e associações para justificar a falha para si mesmo ou anulá-la. Escolhemos verdades que nos convém, e na maioria das vezes ela não é a que nos convém. Mas afinal, toda mentira é uma verdade transfigurada. A eterna novidade do mundo consiste justamente em reciclá-las. Surge a evasão, intrínsicamente ligada á defesa, uma solução brutal, pois não aceita romper uma barreira geral tampouco uma diminuição do eu. Aceite a condição; e se alguém gritar, não atenda, para que ninguém grite mais. Não há nada pior que um grito no escuro.